terça-feira, 1 de setembro de 2015

LITERATURA E BD (9) - ALVES REDOL

Alves Redol (1911-1969)
António Alves Redol é um dos grandes e bem notáveis escritores portugueses do século passado.
Terá nascido nos arredores de Lisboa, a 29 de Dezembro de 1911, mas, muito criança ainda, foi viver com a família para Vila Franca de Xira, pelo que é considerado um nativo desta urbe à beira-Tejo. Faleceu em Lisboa a 29 de Novembro de 1969.
Apaixonado pelo meio rural, ele próprio sofreu também com a pobreza e as injustiças com as gentes mais miseráveis na sua sobrevivência.
Pensou ser médico, mas cedo entrou em contacto com os ambientes em que predominavam jornalistas e escritores e daí que, aos catorze anos, já escrevia textos para vários periódicos.
Viveu alguns anos em Luanda (Angola). De regresso chegou a leccionar Língua Portuguesa e aderiu ao Partido Comunista Português.
Muito afável no trato, sofria (sempre) com as injustiças sociais que, ousada e frontalmente, foi denunciando pela sua vasta bibliografia (romances, contos, ensaios e peças de teatro), tendo também escrito para a vertente da Literatura Infantil.
Chegou a ser preso e torturado pela polícia política do regime salazarista.
Alguns títulos fundamentais da sua obra: os romances “Gaibéus”, “Avieiros”, “Fanga”, “Barranco de Cegos”, “A Barca dos Sete Lemes” e “Olhos de Água”; os dramas “Forja” e “O Destino Morreu de Repente”; os contos “Comboio das Seis” e “Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos”; o ensaio “Glória: Uma Aldeia do Ribatejo”.
Não consta que o nosso Cinema tenha alguma vez feito um filme de alguma das suas obras!... Mas a peça “Forja” tem sido levada à cena.

Pela Banda Desenhada encontramos dois exemplos e mais um, apenas pensado e vagamente encetado.

José Ruy - adaptou o conto “Porque Não Hei-de Acreditar na Felicidade?”, várias vezes editado, tendo começado no “Ribatejo Ilustrado”, depois no “Jornal da Costa do Sol”, “O Povo de Guimarães”, “Alentejo Popular” e “Cadernos Sobreda BD” #13.
Pranchas de "Porque Não Hei-de Acreditar na Felicidade?",
por José Ruy, in "Ribatejo Ilustrado" #15, IV série (Abril de 1981)


Helder Carrilho - adaptou “Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos”, que se publicou no “Alentejo Popular” e no “Almada BD Fanzine” #2.
Pranchas de "Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos",
por Helder Carrilho, in "Almada BD Fanzine" #2


Eugénio Silva - este nosso grande artista da 9.ª Arte, tem tanto de genial como de “preguiçoso”! Levou anos a completar a Biografia de José do Telhado, que está incrivelmente por ser editado!...
Tem iniciada a adaptação do conto “A Perfeição”, de Eça de Queiroz (é urgente que a complete!) e, quanto a Alves Redol, nos seus arrastados projectos está a adaptação de “Forja”… mas, até hoje, só desenhou uma prancha!... Todavia, teve a gentileza de nos fornecer uma cópia desta dita cuja prancha para aqui ser publicada e nos aguçar o “apetite”…
LB

Texto publicado, originalmente, na revista "Anim'arte" #94 (outubro/novembro/dezembro 2014)

Prancha de "Forja", por Eugénio Silva (inédito)

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