sexta-feira, 19 de junho de 2015

UMA OBRA... VÁRIOS ESTILOS (3) - BEAU GESTE


A Legião Estrangeira, a francesa (porque houve e talvez ainda exista a espanhola... bem mais violenta), sempre foi um fascínio e/ou um fantasma romântico da Literatura e do Cinema. Só isso, para fazer pulsar paixões de todo o género, mas sem força de qualquer verdade na crueza plena do seu autêntico realismo. É que a Legião Estrangeira é só para homens de acentuada virilidade e de coragem absoluta, pois senão...que a tal ninguém se arrisque.
Muito e muito, quase mais que as areias do deserto, se tem escrito e descrito sobre a valente Legião Estrangeira. Valente, briosa e honrosa!
Pois é por esta força de Honra e do seu conotado romantismo, que aqui nos focamos agora.
O tema de “Beau Geste” tem apaixonado assolapadamente, sobretudo escritores e cineastas, não se escapando também a outras vertentes artísticas. E pela Banda Desenhada, para além de inúmeras outras apostas, citamos apenas dois exemplos, talvez os mais conseguidos:
HENRY C. KIEFER , que desenhou para a publicação “Classics Illustrated”, depois com esta sua versão editada em português, no Brasil, na “Edição Maravilhosa” #47, em 1952.
"Beau Geste", por Henry C. Kiefer (in "Edição Maravilhosa", #47, 1952)
Capa de Antonio Euzébio 

FERNANDO BENTO, exímio artista da BD Portuguesa, nesta sua adaptação aprimorou-se com uma das suas criações de honra que até foi, em devido tempo, editada na Bélgica, pelo menos em edição flamenga. Em Portugal, a versão foi editada semanalmente no “Cavaleiro Andante” do #1 ao #52. Posteriormente, em 1982, surgiu em álbum, hoje esgotado, pelas extintas edições Futura. É urgente
ler ou reler esta versão-BD!
"Beau Geste", por Fernando Bento (in "Cavaleiro Andante", #1 a #52)

Rodapé:
1)  A este tema, a Legião Estrangeira e extra-Beau Geste, pela Banda Desenhada, outras duas obras importantes: “Sob Duas Bandeiras” de Ouida e grafismo de Maurice Del Buorgo (em “Obras-Primas Ilustradas” #5), e “Palo Quiri” por José Garcês, que foi publicada em “Titã” (1955), “Mundo de Aventuras” (1980) e “Jornal de Almada” (1994).
2)  Dos inúmeros livros-crónicas, salientamos duas obras de peso: “Doze Anos na Legião Estrangeira” de Sidney Tremayne e tradução de Frederico Carvalho, sob edição Livraria Clássica Editora-1936, esgotado; e “Chegar É Já em Si Bastante” de José da Câmara Leme, sob edição Bertrand-1966.
3)  Pelo Cinema e afins, pois há por aí muita fantasia para fazer facilmente sonhar, suspirar e... algumas  versões até, para fazer rir. Para ver e esquecer!

Nosso habitual agradecimento aos apoios prestados por Carlos Gonçalves e a José Manuel Vilela.
LB

4 comentários:

  1. As palavras de Luiz Beira, repassadas de entusiasmo e de vibração saudosista por um tema que nos apaixonou a todos em miúdos, sobretudo depois de vermos no cinema a versão interpretada por Gary Cooper no papel de "Beau Geste" e de lermos no Cavaleiro Andante a magnífica adaptação de Fernando Bento, omitiram, julgo que involuntariamente, uma obrigatória menção à obra original, escrita em 1924 por Percival Christopher Wren, que reviveu os mesmos personagens noutros romances sobre a Legião Estrangeira, como por exemplo "Beau Sabreur" e "Beau Ideal", adaptados também ao cinema.
    Creio que é de toda a justiça evocar a memória deste prolífico escritor inglês, que serviu também, ao que parece, na Legião Estrangeira e contribuiu em larga escala, com o êxito dos seus livros, para fazer dela o símbolo heróico e romântico que ainda hoje atrai muitos homens de todas as nacionalidades às suas fileiras.
    Quanto às versões em BD também só conheço estas duas, sendo a do nosso Mestre Fernando Bento inegavelmente a melhor sob todos os pontos de vista, embora muito influenciada pelo filme de 1939, realizado por William Wellman, com Gary Cooper, Ray Milland, Robert Preston e Brian Donlevy nos principais papéis. Um filme que ficou na história do Cinema e que muitos consideram superior a todas as outras versões de "Beau Geste", incluindo a primeira, realizada ainda na época do "mudo" (1926), com Ronald Colman como protagonista, versão essa que nunca vi.

    Um grande abraço,
    JM

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    1. Caro Jorge
      Muito obrigado pelo sempre tão apreciado comentário.
      Não foquei as obras que citas do sr. Wren, pois não consta que elas existam em BD, e muito menos por algum desenhista português nessa eventualidade. De qualquer modo, este post é exclusivo para o “Beau Geste”. Os livros citados no Rodapé não são romances, mas registos das respectivas vivências dos seus autores. Quanto a filmes, também vi esse com o Gary Cooper, bem como um outro, em paródia, “A Mais Louca Aventura de Beau Geste” (1977), com Marty Feldman, Michael York e Peter Ustinov.
      Um grande abraço
      Luiz Beira

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  2. Caro Luiz,
    Também possuo na minha biblioteca esses dois romances biográficos que citas, de Sidney Tremaine e José da Câmara Leme, que são fundamentais para um melhor conhecimento da Legião Estrangeira, despida dos mitos e fantasias em que a envolveram, tantas vezes, o cinema, a literatura e até a banda desenhada. Quanto a P. C. Wren, não podemos esquecer que foi ele o autor de "Beau Geste", embora hoje seja um autor menos popular do que Rider Haggard, Stevenson ou Salgari. Relativamente aos outros livros que escreveu sobre a Legião Estrangeira (e foram muitos), também não conheço nenhuma adaptação em BD. Mas nunca se sabe...
    Um grande abraço,
    Jorge Magalhães

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    1. Caro Jorge
      Mais uma vez, muito grato pela tua opinião.
      Um abraço
      Luiz Beira

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